quinta-feira, 9 de junho de 2016

Tríduo de São Luis Gonzaga - 2016

É com muita alegria que convidamos a todos para viver conosco o Tríduo em Louvor a São Luis Gonzaga, padroeiro da juventude, no Cangaíba. 

Um convite à se abrir a "Misericórdia: A Alegria do Amor", tema do nosso tríduo, no Ano Santo da Misericórdia. Passando pelo reconhecimento de que somos pecadores, e que Jesus veio para nos resgatar: "Prefiro a misericórdia ao sacrifício. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores." (Mt 9,13). Com toda fé, entregues e confiantes: “Aproximemo-nos do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia.” (Hb 4,16) e assim, com esperança e alegria possamos praticar as Obras de Misericórdia: “Quem pratica a misericórdia, faça-o com alegria.” (Rm 12, 8)


Tema Central: "MISERICÓRDIA: A ALEGRIA DO AMOR!" 

1º dia: 18/06 (sábado) | 18h00 
Tema: "Prefiro a misericórdia ao sacrifício. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores." (Mt 9,13) 
Celebrante: Pe. Guti 

2º dia: 19/06 (domingo) | 09h30 
Tema: “Aproximemo-nos do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia.” (Hb 4,16) 
Celebrante: Pe. Solangio Feitosa da Silva 

3º dia: 20/06 (segunda-feira) | 20h00 
Tema: “Quem pratica a misericórdia, faça-o com alegria.” (Rm 12, 8) 
Celebrante: Pe. Silvio Pereira 

Encerramento: 21/06 (terça-feira) | 20h00 
Procissão e Santa Missa em Honra e Louvor ao Padroeiro São Luis Gonzaga. 
Celebrante: Pe. Chagas

(Se possível, colabore com 1 kg de alimento não perecível). 

Endereço: Rua Rinaldo Carlos Angelicola, 35 - Jardim Piratininga - São Paulo/SP

Esperamos por vocês!

São Luis Gonzaga, rogai por nós!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

31º dia | O “estalo” de Vieira

Quando, em 1552, aportou na Bahia o primeiro Bispo do Brasil, Dom Pero Fernandes Sardinha, trazia ele uma preciosa imagem de Nossa Senhora da Maravilhas, presente do Rei Dom João III à recém-descoberta Terra de Santa Cruz. Concluída a construção da Catedral da Sé de Salvador em 1624, seu Bispo, Dom Marcos Teixeira, entronizou a imagem de Nossa Senhora das Maravilhas na capela lateral onde a Mãe de Deus passou a acolher com benevolência todos quantos a Ela vêm pedir auxílio. 

Por meio dessa imagem, o Senhor tem operado numerosos e grandes milagres. Um dos mais conhecidos deu-se com o famoso Padre Antônio Vieira. 

Tendo ele vindo menino para o Brasil, iniciou seus estudos no Colégio dos Jesuítas na Bahia. 

Nos primeiros tempos não passava de um estudante medíocre, mal compreendendo as lições, a ponto de os superiores pensarem em dispensá-lo do Colégio. 

Em seu grande desejo de ingressar na Companhia de Jesus (a Ordem dos jesuítas), certo dia, já quase desesperado com sua dificuldade nos estudos, foi suplicar auxílio aos pés da Senhora das Maravilhas. No meio das orações, sentiu como um “estalo” em sua cabeça, acompanhado de uma dor muito forte que o prostrou por terra, dando-lhe a impressão de que ia morrer. Ao voltar a si, deu-se conta de que aquelas coisas que antes pareciam inatingíveis e obscuras à sua inteligência, tornaram-se claras. Não foi difícil para ele perceber a enorme transformação ocorrida em sua mente. 

Ao chegar ao Colégio, pediu que o deixassem participar dos debates intelectuais com seus colegas. Para espanto dos mestres, venceu todos os companheiros com o brilho de seu raciocínio. Daí por diante foi o primeiro e mais distinto aluno em todas as matérias, tornando-se um dos maiores oradores sacros e escritores da língua portuguesa. 

Frase do dia:

"Maria é a escada do céu; por Ela, Deus baixou do céu à terra, e por Ela os homens podem subir ao céu." 

(São Fulgêncio)

30º dia | Não zombem de minha Mãe, respeitem-Na

Na estrada que sobe da cidade de Honfleur, na França, ao venerado Santuário de Nossa Senhora das Graças, um jovem de 17 anos, de fisionomia distinta e porte elegante, com o terço na mão, subia o monte, lentamente e de joelhos. Orava e chorava. 

Chegando ao santuário, depois de haver caminhado cerca de um quilômetro, viu que as calças tinham se rasgado, os joelhos estavam ensangüentados, mas decidiu prosseguir até o pé da imagem de Maria, onde ficou prostrado por muito tempo. 

Interrogado por um sacerdote sobre qual a causa de sua peregrinação, respondeu: 

— O senhor ouviu falar do horroroso acontecimento de ontem no mar? Éramos três jovens, dois pereceram, um só foi salvo: sou eu. Meus dois amigos e eu tiramos anteontem boas notas em nossos exames na Faculdade e resolvemos dar um passeio no mar. As ondas estavam fortes e o vento soprava com violência. O dono da embarcação nos avisou que havia perigo, mas não demos importância a seus conselhos. Um dos meus amigos pronunciou algumas palavras levianas e, na conversa, houve algumas zombarias sobre a Santíssima Virgem. Protestei, dizendo: “Amigos! Divirtamo-nos, mas respeitem minha Mãe!” Mal eu tinha dito essas palavras quando uma onda maior fez virar nosso barco. Ninguém de nós sabia nadar, meus dois amigos pereceram. Só eu fui salvo, e atribuo minha salvação a Maria, cuja defesa acabava de tomar. Venho de joelhos agradecer-Lhe, porque eu não estava bem preparado para morrer. 

Frase do dia:

"Convinha, pois, certamente, que a Mãe de tão nobre Filho não tivesse de Eva a mancha e resplandecesse com todo o brilho." 

(Pequeno Ofício da Imaculada Conceição)

29º dia | Maria, Rainha das Inteligências

O jovem Alberto, com 16 anos, entrou na Ordem Dominicana. Seu espírito era rude e pesado. Não progredindo nos estudos, foi dominado por tanto tédio e desânimo que resolveu abandonar a vida religiosa. 

Amargurado, ele preparou-se para fugir do convento durante a noite, mas antes foi rezar para despedir-se de Nossa Senhora, expondo-Lhe os motivos de seu desalento. 

De repente, a imagem tomou vida, e a Rainha dos Céus falou-lhe com bondade, perguntando que ciência preferia estudar: a ciência divina ou a ciência natural? O jovem inexperiente não achava nada mais elevado do que a filosofia, por isso escolheu a ciência natural. 

— Será atendido o teu pedido — disse Nossa Senhora —, mas por não dares muita importância à ciência de meu divino Filho, a tua erudição vai se apagar nos últimos anos de tua vida e recairás na tua ignorância atual. 

A imagem voltou ao normal e Alberto sentiu-se mudado. A partir daí cresceu cada dia mais em seus conhecimentos, chegando a ser um dos maiores sábios que o mundo conheceu, especialmente nas ciências naturais e filosofia. Chegou-se até a dizer que ele “explicou todo o universo, desde as pedras do chão até as estrelas dos céus”. 

Escreveu com assombrosa lucidez sobre astronomia, meteorologia, física, mecânica, química, antropologia, zoologia, botânica. Tratou, com grande autoridade, de tremores de terra, vulcões, fluxo e refluxo das marés, segredos do oceano e muitos outros assuntos. Foi professor do grande São Tomás de Aquino e mereceu dos Papas o título de Padroeiro dos Sábios. Trata-se de Santo Alberto Magno. 

Três anos antes do fim de sua vida, quando fazia uma pregação na igreja, esqueceu-se de repente de todo o seu saber. Contou então aos seus ouvintes o que acontecera com ele na juventude. Depois de declarar que do íntimo do coração aceitava a fé católica na sua integridade, desceu do púlpito e se retirou para dentro da clausura de seu convento. Passou o tempo que lhe sobrava de vida no recolhimento da vida conventual, como exímio cumpridor dos ofícios de um religioso. 

Frase do dia:

"A alta santidade dos próprios Serafins é ofuscada pelo brilho das virtudes de Maria." 
(São Pedro Damião)

28º dia | Agonizante, rezava o terço... e esperava

Na batalha de Guise, em 1914 (durante a Primeira Guerra Mundial), um capelão militar francês encontrava-se numa ambulância que foi aprisionada pelos alemães. O oficial que comandara a ação lhe mostrou, no campo próximo, um soldado francês ferido e abandonado, a cabeça negra de sangue coagulado, o rosto disforme e estranhamente machucado. O padre foi ajoelhar-se ao lado dele: 

— Meu filho, sou eu o capelão do 115º Batalhão. 

— Ah! É o senhor? Passei a noite toda nesta aflição, debaixo de chuva, e fiquei rezando o Terço e pedindo que o senhor viesse até aqui! 

Pouco depois de receber os últimos sacramentos, o ferido morreu, dizendo: 

— Sou feliz, sou feliz... 

Nossa Senhora havia arranjado um meio de atender ao pedido daquele filho tão amante do Terço, ainda que fazendo um padre cair prisioneiro... 

Frase do dia:

"Por uma mulher a morte, por uma mulher a vida; por Eva a ruína, por Maria a Salvação. " 
(Santo Agostinho)

27º dia | A celeste enfermeira e o marido cruel

Narrado por Dom Bruguière, francês e vigário apostólico de Tchen-Ting-Fu, na China, eis um fato ocorrido a 23 de junho de 1894 que manifesta a bondade de Maria: 

Viajei para ministrar o sacramento da Crisma numa aldeia de meu vicariato. À minha chegada, os poucos cristãos prestavam-me todas as honras possíveis. Ao meio dia, enquanto almoçava, chegou correndo uma mulher pagã. Apresentou-se de repente e, inclinando-se até o chão, cumprimentou-me com os títulos pomposos de grande homem, grande mandarim, demonstrando a distinção da civilização chinesa. 

— Que queres? — perguntei-lhe com caridade. 

— Grande chefe, peço-vos o favor de ser admitida na catequese dos cristão. 

— Quem te falou da catequese dos cristãos? 

A mulher, de aparência doentia, tinha por marido um sujeito brutal que estava resolvido a deixá-la morrer. Rejeitou-a, aparecendo apenas para ver o avanço da doença. A mulher ficou na cama e, acabados os mantimentos e remédios, à sua fraqueza ajuntou-se o tormento da fome, e aos sofrimentos, um isolamento duro e cruel. 

Abandonada, às portas da morte, amaldiçoou sua sorte, seu marido e até seus próprios pais. Uma cristã da aldeia, porém, levou-lhe um dia um docinho e algumas palavras de consolo. 

— Amiga, se ao menos você fosse cristã... Veja, a dor não pode desanimar-nos, pois sabemos que Deus vê nossos sofrimentos e nos recompensará. Também podemos recorrer a Nossa Senhora. Custa tão pouco dizer: Santíssima Virgem que tanto padecestes, tende pena de mim... 

A doente repetiu essas palavras. A caridosa vizinha, antes de voltar para casa, como prova de amizade pendurou-lhe ao pescoço o escapulário que trazia. 

— Olha, guarda isto, é o vestido de Nossa Senhora; há de atrair sobre ti graças e proteção. 

Ficando sozinha, a pobre mulher repetia sempre: Santíssima Virgem, socorrei-me. De repente, uma senhora vestida de branco visitou-a na miserável choupana, servindo-lhe de enfermeira. Voltou vários dias para prestar-lhe assistência, mas sem dar-se a conhecer. Seus cuidados, sua bondade, seu meigo sorriso reanimaram pouco a pouco a alma e o corpo da infeliz mulher. Restabelecida esta, a senhora despediu-se dizendo: 

— Vou deixar-te porque um negócio urgentíssimo me chama à cidade; toma este remédio, e quando ficares curada, procura-me na igreja matriz. 

A doente tomou o remédio e sarou logo. Era 5 de janeiro, dia da minha chegada à aldeia. Esta mulher pagã contou-me isso de uma maneira tão sincera que não duvidei de suas palavras e aceitei-a na catequese da cidade. Não tinha sossego, tão aflita estava por tornar a ver a sua bela benfeitora. Na Páscoa, os catecúmenos foram levados à igreja. Acabava eu de rezar o ‘Gloria in Excelsis’, os sinos soavam com alegria, as imagens já estavam descobertas. 

— Ei-la, ei-la!, gritou a mulher, adiantando-se de braços erguidos. Eis a Senhora que me curou. 

Ajoelhou-se, de mãos postas e olhos fitos na imagem, suspirando de alegria. Ela é foi, durante sua vida, uma das mais fervorosas devotas da Santíssima Virgem. 

Frase do dia:

"Ela é o hospital público que Deus abriu a todos os gêneros de sofrimentos e misérias que nos acabrunham; no qual, se não se é sempre curado, encontra-se, ao menos, algum alívio." 

(São João Damasceno)

26º dia | Nossa Senhora das Lajes, um milagre estupendo

No ano de 1754, percorria uma trilha do desfiladeiro nos Andes colombianos, rumo a Ipiales, Maria Meneses de Quiñones, piedosa descendente de caciques indígenas. Dirigia-se ao seu trabalho como empregada doméstica. 

Levava aos ombros sua pequena filha Rosa, surda-muda de nascimento. Fatigada pela dureza do trajeto, sentou-se em uma gruta para descansar, enquanto a menina divertia-se subindo pela rocha. De repente, ouviu a filha dizer, com uma voz límpida e clara: 

— Mãezinha! Aqui há uma senhora branca com um menino nos braços. 

Cheia de espanto, pegou sua filhinha e correu com ela até a casa dos patrões, onde narrou o ocorrido. Mas ninguém lhe deu crédito. 

Na volta, ao passar em frente à entrada da gruta, a filha gritou: 

— Mãezinha! A senhora branca está me chamando! 

Muito assustada, pois nada via, a índia apressou o passo e, chegando a Potosi, contou a parentes, amigos e vizinhos o que se passara. A notícia espalhou-se rapidamente por toda a região. 

Decorridos poucos dias, a pequena Rosa desapareceu de casa. Após procurá-la em vão por toda a parte, a angustiada mãe teve em seu coração a certeza de que na gruta encontraria a filha, pois esta lhe repetia com freqüência: “A senhora branca está me chamando!” E para lá se dirigiu, pressurosa. 

Entrando, deparou-se maravilhada com a seguinte cena: sua filhinha, ajoelhada aos pés de uma formosa dama, brincava carinhosa e familiarmente com um menino louro. O Filho da Virgem Santíssima havia descido dos braços de sua Mãe e proporcionava à alma inocente de Rosa suas divinas e inefáveis ternuras. 

Extasiada, a índia caiu de joelhos e elevou aos céus suas preces de veneração à Mãe de Deus e de agradecimento por ter sido objeto de um tão insigne favor. Porém, receando receber de novo o menosprezo dos incrédulos, ao sair decidiu nada revelar a ninguém. Mas, desde então, passou a ir freqüentemente com sua filha à gruta, levando flores silvestres para ornar a imagem da “Senhora Branca”. 

Essa situação durou algum tempo, até o dia em que Rosa adoeceu gravemente, morrendo pouco depois. A pobre índia, amargurada, não hesitou. Levou para a gruta o cadáver da menina e depositou-o aos pés da milagrosa imagem. Com encantadora simplicidade, pediu a Nossa Senhora que devolvesse a vida à filhinha, em atenção ao amor que esta tinha por Ela. 

Sua súplica foi atendida. A Medianeira Onipotente obteve de seu divino Filho o milagre. A devota índia chegara cheia de confiança, carregando nos braços um inerte cadáver; regressou transbordante de gratidão, conduzindo a filha ressuscitada! 

Um tão imenso prodígio não podia ser mantido em segredo. Maria foi para Ipiales, onde narrou o que tinha acontecido. Desta vez, todos creram! Dirigiram-se para a igreja e deram a notícia ao Pároco. Este fez tocar os sinos, reunindo uma grande multidão que o seguiu a caminho da gruta, onde chegaram ao romper da aurora. 

Entraram todos na gruta, iluminada por luzes extraordinárias, e viram a imagem da Santíssima Virgem, gravada na pedra, como se encontra até o dia de hoje. Era o dia 15 de setembro de 1754. 

Conta-se que antigamente os pintores, em vez de assinar suas obras, marcavam-nas com sua rubrica pessoal. Desse costume parece participar o próprio Deus, ao imprimir numa rocha a imagem de sua Mãe Santíssima. Pois a Virgem das Lajes bem pode ser cognominada de assinatura de Deus na criação. 

Frase do dia:

"Que Deus obedeça a uma Mulher, é humildade sem igual; e que uma Mulher tenha autoridade para mandar em Deus é excelência sem igual." 

(São Bernardo de Claraval)

quarta-feira, 25 de maio de 2016

25º dia | Veja, ele respira!

Luís Justino tinha dezoito meses. A mãe de Bernadete (a vidente de Lourdes) foi muitas vezes chamada para auxiliar a mãe dessa criança durante os terríveis ataques de que era vítima o filho. O pobrezinho tinha uma doença que lhe paralisara inteiramente as pernas. O Dr. Dozous em suas notas sobre o caso registrou: o diagnóstico vacila entre meningite e poliomielite. 

O coitadinho não podia andar, ficar de pé ou sentar-se. Tinha convulsões violentas e febre alta, com seríssimos ataques progressivos. O médico dizia ser questão de horas sua morte. 

A criança, no seu berço, gemia e respirava ofegante. A mãe tentava auxiliá-lo, porém era sempre afastada pelo pai, que dizia:

— Deixe-o, não vê que ele está agonizando? 

A certo ponto, o homem estava tão sem esperança que foi procurar uma vizinha para providenciar o enterro. Esta não demorou a chegar com a mortalha. Mas a mãe, confiante, não desistia. 

Em dado momento arrebatou a criança do berço, enrolou-a em seu avental e correu em direção à gruta onde Nossa Senhora aparecera a Bernadete. 

Encontrou a piscina que os operários tinham cavado alguns dias antes e, naquela água gelada, mergulhou o filho até o pescoço por quinze minutos. Os vizinhos presenciaram a cena boquiabertos. O Dr. Dozous, que estava com seu relógio, contou também os minutos que o menino ficou na água, sendo retirado, por fim, rijo e azulado. 

Sua mãe levou-o para casa e o colocou novamente no berço. Ao vê-lo enregelado, o pai disse asperamente:

— Como é, você está feliz agora? Acabou de matá-lo! 

A mãe, ainda mais confiante, ajoelhou-se e rezou ao lado do berço. Após alguns instantes puxou a manga do paletó do marido: 

— Veja, ele respira! 

A criança estava respirando, pausada e normalmente. Adormeceu e teve uma ótima noite. Na manhã seguinte sua mãe narrou que ele comeu bem e ela colocou-o de novo no leito enquanto arrumava a casa. Mais tarde ouviu um barulhinho atrás de si: era Luís Justino. Tinha saltado do berço e estava andando, com o passo curto e incerto, como é normal em qualquer criança de sua idade. 

Frase do dia: 

"Assim como a respiração contínua é um sinal e uma causa de vida, assim a invocação frequente de Maria é uma prova de vida verdadeira." 

(São Germano de Constantinopla)

terça-feira, 24 de maio de 2016

NOSSA SENHORA AUXILIADORA ❤

Esta invocação mariana encontra suas raízes no ano 1571, quando Selim I, imperador dos turcos, após conquistar várias ilhas do Mediterrâneo, lança seu olhar de cobiça sobre toda a Europa. O Papa Pio V, diante da inércia das nações cristãs, resolveu organizar uma poderosa esquadra para salvar os cristãos da escravidão muçulmana. Para tanto, invocou o auxílio da Virgem Maria para este combate católico. A vitória aconteceu no dia 7 de outubro de 1571. Afastada a perseguição maometana, o Santo Padre demonstrou sua gratidão à Virgem acrescentando nas ladainhas loretanas a invocação: Auxiliadora dos Cristãos. 

No entanto, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora só foi instituída em 1816, pelo Papa Pio VII, a fim de perpetuar mais um fato que atesta a intercessão da Santa Mãe de Deus: Napoleão I, empenhado em dominar os estados pontifícios, foi excomungado pelo Sumo Pontífice. Em resposta, o imperador francês seqüestrou o Vigário de Cristo, levando-o para a França. Movido por ardente fé na vitória, o Papa recorreu à intercessão de Maria Santíssima, prometendo coroar solenemente a imagem de Nossa Senhora de Savona logo que fosse liberto. O Santo Padre ficou cativo por cinco anos, sofrendo toda espécie de humilhações. Uma vez fracassado, Napoleão cedeu à opinião pública e libertou o Papa, que voltou a Savona para cumprir sua promessa. No dia 24 de maio de 1814, Pio VII entrou solenemente em Roma, recuperando seu poder pastoral. Os bens eclesiásticos foram restituídos. Napoleão viu-se obrigado a assinar a abdicação no mesmo palácio onde aprisionara o velho pontífice. 

Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus, o Papa Pio VII criou a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, fixando-a no dia de sua entrada triunfal em Roma. 

O grande apóstolo da juventude, Dom Bosco, adotou esta invocação para sua Congregação Salesiana porque ele viveu numa época de luta entre o poder civil e o eclesiástico. A fundação de sua família religiosa, que difunde pelo mundo o amor a Nossa Senhora Auxiliadora, deu-se sob o ministério do Conde Cavour, no auge dos ódios políticos e religiosos que culminaram na queda de Roma e destruição do poder temporal da Igreja. Nossa Senhora foi colocada à frente da obra educacional de Dom Bosco para defendê-la em todas as dificuldades. 

No ano de 1862, as aparições de Maria Auxiliadora na cidade de Spoleto marcam um despertar mariano na piedade popular italiana. Nesse mesmo ano, São João Bosco iniciou a construção, em Turim, de um santuário, que foi dedicado a Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos. 

A partir dessa data, Dom Bosco, que desde pequeno aprendeu com sua mãe Margarida, a confiar inteiramente em Nossa Senhora, ao falar da Mãe de Deus, lhe unirá sempre o título Auxiliadora dos Cristãos. Para perpetuar o seu amor e a sua gratidão para com Nossa Senhora e para que ficasse conhecido por todos e para sempre que foi “Ela (Maria) quem tudo fez”, quis Dom Bosco que as Filhas de Maria Auxiliadora, congregação por ele fundada juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello, fossem um monumento vivo dessa sua gratidão. 

Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também como a “Virgem de Dom Bosco”. 

Escreveu Dom Bosco: “A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso” 

Oração a Nossa Senhora Auxiliadora, Protetora do Lar 

Santíssima Virgem Maria a quem Deus constituiu Auxiliadora dos Cristãos. Nós vos escolhemos como Senhora e Protetora desta casa. Dignai-vos mostrar aqui Vosso auxílio poderoso. Preservai esta casa de todo perigo: do incêndio, da inundação, do raio, das tempestades, dos ladrões, dos malfeitores, da guerra e de todas as outras calamidades que conheceis. Abençoai, protegei, defendei, guardai como coisa vossa as pessoas que vivem nesta casa. Sobretudo concedei-lhes a graça mais importante, a de viverem sempre na amizade de Deus, evitando o pecado. Dai-lhes a fé que tivestes na Palavra de Deus, e o amor que nutristes para com Vosso Filho Jesus e para com todos aqueles pelos quais Ele morreu na cruz. Maria, Auxilio dos Cristãos, rogai por todos que moram nesta casa que Vos foi consagrada. Amém.

24º dia | A bala convertida em Medalha milagrosa

No século XIX, quando a França iniciava a conquista da África, um jovem capitão do 25° Regimento de Infantaria foi cheio de ardor tomar parte no ataque à cidade de Constantina, na Argélia. 

Antes de embarcar, foi abraçar sua mãe, senhora nobre e muito católica: 

— Meu filho — disse ela, entre lágrimas e carícias — no meio dos combates, lembra-te de tua Mãe do céu. Desde tua mais tenra infância, ensinei-te a honrá-La mais que a mim mesma, e receio que tu não rezas mais a Ela. Pendura ao pescoço esta medalha, que será tua proteção. 

O jovem ocultou aquele presente sob a farda, para não provocar o riso dos seus companheiros, mas conservou-o ao peito durante o cerco àquela cidade que foi longo e muito trabalhoso. No momento do ataque, intrépido como todo oficial francês, o jovem herói arroja-se à frente de seus soldados. Logo no primeiro passo, uma bala inimiga o lança por terra, mas não o mata... O projétil batera na medalha! O mais impressionante é que ficou gravada na bala a imagem sagrada, a ponto de se poder ler a inscrição: “Ó Maria concebida sem pecado rogai por nós que recorremos a Vós”. 

No ano seguinte, 1837, o jovem capitão voltou à França e teve a felicidade de converte-se sinceramente, trocando o serviço dos senhores da terra pelo do Senhor do Céu: morreu em Nice em 1877, depois de haver trabalhado quase 40 anos como padre da Congregação dos missionários da África. 

Nota: Esta medalha milagrosa e a bala de Constantina estão expostas ao público na Casa das Missões Africanas, em Nice, na França. 

Frase do dia:

"Um recém-nascido não pode viver sem ama, assim também, entre nós, ninguém pode ser salvo sem que Maria o proteja." 

(São Jerônimo)

23º dia | Castigo de um estudante

Dois estudantes perversos iam certo dia pelo caminho que conduz ao Santuário de Nossa Senhora de Ostaker, perto de Gand, Bélgica, onde muitos enfermos recuperam a saúde bebendo água da fonte milagrosa. 

Conversavam sobre como se divertiriam naquele feriado, quando um deles exclamou: 

— Sabe o que vamos fazer? 

— Não. 

— Um milagre! Sim, um autêntico milagre. Não fique rindo e ouça. Vou vendar seus olhos, você fingirá de cego e eu o levarei à fonte. 

— E depois? 

— Quando chegarmos, você começará a rezar, lavará os olhos com a água, e gritará que está curado, que está vendo... assim vamos pregar uma peça nos peregrinos. Não lhe parece divertido?

— Sim, ótimo! E quando voltarmos, contaremos isso aos jornais e os leitores vão dar boas gargalhadas pensando nesses imbecis que vão lá procurar saúde. Falarão de nós e nos tornaremos famosos. 

— Vamos então... 

Assim foram os dois comediantes, fazendo cada um o seu papel, até a fonte milagrosa. Como sempre, havia ali muitos peregrinos. Vendo os dois jovens, aproximaram-se com sinais de simpatia como fazem os bons católicos com os enfermos. Todos se puseram a rezar enquanto o jovem ímpio se aproximava da fonte para se lavar. 

Com o auxílio de seu hipócrita companheiro, tira o pano dos olhos, fingindo chorar e lamentar-se de seu infortúnio. Toma da água, esfrega os olhos... 

Mas, ó milagre, a água produz o efeito! Uma espessa névoa lhe cobre a visão. Não vê mais nada, está cego! Lança então um grito de desespero, chama por sua mãe, conjura a Santíssima Virgem que o perdoe...censura seu companheiro, mudo de espanto, por lhe haver aconselhado aquela maldade.

Os peregrinos espantados não compreendem nada do que está acontecendo. Fazem-lhes perguntas e arrancam-lhes a confissão da culpa. Nunca se vira emoção semelhante ao redor da fonte. Em vão põem-se os peregrinos em oração para obter o perdão dos miseráveis. Deus não suporta que se zombe de Maria, sua Mãe: o “cego” ficou realmente cego... 

Teve o infeliz tamanho pesar de seu crime, que perdeu o juízo e foi terminar num manicômio, onde esperamos que Nossa Senhora, em vista de sua pena temporal, lhe tenha alcançado a misericórdia de Deus. 

Frase do dia:

"Quando se trata de pecado, quero, para honra de Cristo, que não se fale de Maria." 
(Santo Agostinho)

22º dia | O menino que brincou com Jesus

Em Colônia, famosa cidade alemã, mostra-se ainda hoje na igreja de Santa Maria do Capitólio o local em que, segundo piedosa narrativa, o Beato Hermano Brincava com o menino Jesus. 

Muito inocente, Hermano não gostava das más brincadeiras dos outros meninos de sua idade, e preferia passar longos períodos nessa igreja contemplando uma imagem da Virgem com seu divino Filho nos braços. 

Certa feita — oh, surpresa! — lá chegando, encontrou nada mais nada menos que o Menino Jesus brincando com São João Batista. “Como gostaria de estar com eles!”, pensou Hermano. Mas uma alta grade lhe barrava a passagem, e ele era tão pequeno... Manteve-se ali, extasiado, olhando e admirando. 

De repente, ouviu uma celestial voz, inesquecível, partindo da imagem de Maria Santíssima: 

— Hermano, meu filho, não queres vir brincar também? 

— Sim, não desejo outra coisa! Mas a grade é muito alta. 

— Pois Eu vou te ensinar a passar por cima. Vamos, põe o pé nessa pequena trave, depois apóia a mão ali... 

Assim, com as indicações de Nossa Senhora, conseguiu o pequeno juntar-se a Jesus e a João Batista que o receberam com todo carinho. E brincaram animadamente por longas horas. 

Voltando outro dia, Hermano trouxe de presente para Jesus uma linda maçã. 

Com toda confiança, estendeu-a em direção da imagem, e a fruta foi recolhida com um luminoso sorriso de agradecimento.  

Assim era o íntimo convívio do menino com Maria e Jesus. 

Num dia de rigoroso inverno, lá apareceu Hermano descalço, tiritando de frio. 

— Hermano, meu filho, por que andas descalço neste frio? — indagou-lhe Nossa Senhora. 

— Senhora, sou pobre e não tenho sapatos — respondeu ele, meio sem jeito. 

— Vai àquele altar e pega a moeda que lá encontrares, para comprar os calçados. E toda vez que lhe faltar algo, vai lá e encontrarás o de que necessitas — disse-lhe Ela maternalmente. 

Muito agradecido, o bom Hermano pegou a moeda e foi correndo comprar um robusto par de sapatos, presente da Mãe do Céu. 

Anos mais tarde, fez-se religioso no convento de Steinfeld, onde, por sua angelical pureza, ao seu nome foi acrescido o do esposo virginal de Maria. 

E assim passou ele à História com o nome de Beato Hermano José, o menino que brincou com Jesus. 

Frase do dia:

"Deus Pai reuniu todas as águas e chamou-as mar, reuniu todas as graças e chamou-as Maria." 
(Santo Antonino)

21º dia | A surpreendente conversão de um primo de São Domingos

Dom Pérez, primo de São Domingos de Gusmão, levava vida escandalosamente imoral. Quando o nobre devasso soube que as pregações do santo sobre as maravilhas do Rosário estavam convertendo muitas pessoas, pensou: 

— Eu já tinha perdido a esperança de me salvar, mas agora começo a recobrar a confiança. Preciso ouvir este homem de Deus. 

Um dia compareceu à igreja. Quando o santo o viu, começou a falar contra os pecados ainda com maior empenho, e do fundo de sua alma pediu a Deus que iluminasse aquele seu primo e lhe mostrasse o estado deplorável em que se encontrava. 

A princípio, Dom Pérez pareceu comovido, mas ainda não queria se converter. Foi depois, noutro dia, mais uma vez ouvir a pregação de São Domingos, e este, ao perceber que o coração de seu parente continuava tão endurecido quanto antes, compreendeu que só ia convertê-lo caso algo extraordinário ali acontecesse. Então exclamou em alta voz: “Ó Senhor Jesus Cristo, permiti que todos possam ver o estado espiritual do homem que acaba de entrar em vossa casa”. 

Os presentes viram então Dom Pérez completamente envolto por uma multidão de demônios em figuras de espantosos monstros, que o prendiam com grandes correntes de ferro. As pessoas que estavam mais próximas fugiram aterrorizadas, ficando o próprio Dom Pérez mais horrorizado do que todos. 

São Domingos mandou que permanecessem quietos e falou a seu primo: 

— Ó infeliz! Reconheça o estado deplorável no qual você está e se lance aos pés de Nossa Senhora! Pegue este Terço, reze-o com devoção e verdadeiro pesar por seus pecados, e tome a firme resolução de consertar sua vida. 

Dom Pérez então se ajoelhou, rezou o Terço e se confessou com profunda contrição. 

Frase do dia:

"Maria tem junto a Deus o poder de mãe, eis porque alcança graças para os pecadores mais endurecidos. " 

(São Germano de Constantinopla)

20º dia | Santa Maria Egipcíaca, a penitente

Com doze anos fugiu Maria da casa paterna e foi para Alexanadria. Aí passou uma infame vida, vindo mesmo a ser o escândalo daquela cidade. Depois de permanecer 16 anos em pecado, foi em peregrinação até Jerusalém, pois celebrava-se naquela cidade a festa da exaltação da Santa Cruz. Movida mais pela curiosidade do que por devoção, quis a pecadora entrar na igreja, mas no limiar da porta sentiu uma força invisível que a empurrava para trás. Tentou uma segunda vez entrar e novamente foi repelida. O mesmo lhe sucedeu pela terceira e quarta vez. Então, encostando-se desconsolada num canto do pórtico, foi iluminada para conhecer que, por sua má vida, Deus a tocava para fora da Igreja. Levantando depois os olhos, para felicidade sua, viu uma imagem de Nossa Senhora que aí estava pintada. E, voltando-se para ela, disse em lágrimas: 

— Ó Mãe de Deus, tende piedade desta pobre pecadora. Bem vejo que pelos meus inúmeros pecados não mereço que olheis para mim, mas sois o refúgio dos pecadores, por amor de Jesus, vosso Filho, ajudai-me. Fazei que eu possa entrar na igreja pois eu quero mudar de vida e ir fazer penitência aonde Vós me ordenardes. Ouviu então uma voz interna, como se a Bem-aventurada Virgem lhe respondesse: Eia, já que a mim recorrestes e queres mudar de vida, entra na igreja, que já sua porta não se fechará para ti. Cheia, agora, de confiança, a pecadora contrita adora a Santa Cruz e chora. Tocada em seu coração pela graça divina, retorna à imagem e lhe diz: 

— Senhora, aqui estou pronta; para aonde queres que eu me retire para fazer penitência. 

Vai, respondeu-lhe a Virgem, para o Jordão e acharás o lugar do teu repouso. Resoluta, a pecadora confessa-se, comunga, passa o rio e chega ao deserto. Vendo ali a agreste paisagem, entendeu que era este o lugar de sua penitência. 

Apesar de uma grande vida de oração, nos primeiros dezessete anos, os demônios lhe travaram intensos combates, desejosos de vê-la recair. Mas, a penitente aflita, recomendava-se sempre mais à proteção de Maria que lhe aumentava gradualmente as forças para resistir. Finalmente, depois de ter vivido 57 anos naquele deserto, achando-se na idade de oitenta e sete anos, permitiu a Divina Providência que fosse encontrada pelo abade São Zózimo. A ele contou toda a sua vida, pedindo insistentemente que retornasse ali no ano seguinte e lhe desse a Sagrada Comunhão. 

Voltou, com efeito, o santo levando-lhe a sagrada hóstia. Ao despedir-se, São Zózimo prometeu visitá-la novamente no ano seguinte, mas, desta vez, encontrou-a morta, com o corpo cercado de luzes, tendo na cabeça escritas estas palavras: 

– Sepulta neste lugar o corpo desta miserável pecadora e roga a Deus por mim.

Sepultou-a o santo na cova, que um leão veio abrir e, voltando para seu mosteiro, publicou as maravilhas que a Divina Misericórdia operara com esta grande penitente que a Igreja canonizou com o nome de Santa Maria egipcíaca. 

Frase do dia:

"A Arca salvou a família de Noé e, por ela, o gênero humano; Maria salvou os homens por Jesus Cristo." 

(Cornélio a Lápide)

19º dia | Foi Nossa Senhora que o mandou!

São Leonardo de Porto Maurício, célebre missionário do séc. XVIII, dirigia-se com outros religiosos a uma vila próxima de Lucca, na Itália, onde lhes haviam pedido com insistência que realizassem uma missão. A meio caminho, o Santo pára e, apontando para uma igreja, diz aos companheiros: 

— Fiquemos aqui, Deus quer que preguemos a missão a este povo. 

— Mas, Padre, estão à nossa espera em outro lugar. Aqui ninguém nos chamou.

— Digo-lhes, meus filhos, que Deus quer-nos aqui! 

Não ousando insistir mais, calaram-se os companheiros. Eles se apresentaram ao vigário e obtiveram a licença para pregar a missão. 

Tão logo o Pe. Leonardo terminou de pregar sobre o sacramento da Reconciliação, uma senhora entrou na sacristia, pedindo para falar com ele. Ajoelhou-se e chorando disse: 

— Ah! Padre, foi Nossa Senhora que o mandou aqui... foi Nossa Senhora! 

— Vamos, levante-se, tenha coragem: por que fala assim?

— Ah! Padre, há tantos e tantos anos venho calando um pecado em minhas confissões. Quanto remorso! Já me considerava condenada e passava as noites chorando. Há algum tempo resolvi me recomendar com fervor a Maria, pedindo-Lhe seu compadecimento. E num sonho pareceu-me vê-La dando-me esperança, dizendo: “Tua oração foi atendida. Eu mesma te mandarei um ministro do meu Filho, com o qual te confessarás com toda a confiança.” E dia após dia eu esperava que a Virgem cumprisse a promessa. Vejo agora que chegou o momento. Ouvi há pouco sua pregação sobre a vergonha de esconder pecados e estou pronta, Padre, a fazer uma confissão geral, porque foi Nossa Senhora que o mandou aqui. 

Depois de a ter escutado com toda a atenção, São Leonardo consolou-a e prometeu que a ouviria em confissão no dia seguinte. Voltou-se depois para os companheiros e disse: 

— Deus e a Virgem nos queriam aqui. Havia uma alma para salvar! 

Frase do dia:

"Não há pecador, por mais imundo que seja, que não alcance o perdão se para mim volver os olhares com o coração contrito e sincera intenção de corrigir-se." 

(Revelação de Nossa Senhora a Santa Brígida)

18º dia | São Luís, rei de França, um filho do Rosário

Branca de Castela, rainha de França, encontrava-se profundamente aflita, pois já se haviam passado doze anos desde seu casamento e ainda não tinha filhos. 

São Domingos de Gusmão aconselhou-a a rezar diariamente o Terço, pedindo a Deus a graça de tornar-se mãe. Seguindo fielmente o conselho, ela foi atendida e em 1213 deu à luz o seu primogênito, Filipe, que veio a falecer na infância. 

O fervor da rainha não se abalou por essa provação. Ao contrário, ela procurou o auxílio de Nossa Senhora mais do que antes. Distribuiu Terços para todos os membros da corte e para os habitantes de muitas cidades do seu reino, pedindo que se unissem a ela na súplica a Deus. Sua ardente oração foi ouvida quando, em 1215, nasceu aquele que seria depois São Luís, o príncipe que se tornaria a glória da França e modelo dos reis cristãos. 

Frase do dia:

"O Sacramento é o mistério da fé, e o Rosário é a fé, a confissão e o louvor de todos os mistérios que ela professa e ensina." 

(Padre Antonio Vieira)

17º dia | O monge que se consagrou ao demônio

É famosa a história de Teófilo escrita por Eutiquiano, patriarca de Costantinopla, testemunha ocular desse fato que é também confirmado por São Damiano, São Bernardo, São Boaventura, Santo Antônio e muitos outros santos. 

Teófilo, arcediago da igreja de Adana, cidade da Sicília, era tão estimado que o povo o queria para bispo, ao que ele recusou por humildade. Tempos depois, porém, falsas acusações lhe valeram a deposição do cargo. O fato contrariou-lhe de tal modo as paixões que, cego de indignação, foi procurar um mago que o colocou em contato com Satanás, a quem pediu ajuda para reparar a desgraça. 

O demônio lhe respondeu que, se desejava a sua ajuda, devia renunciar a Jesus e Maria, e entregar-lhe o texto de renúncia escrito de seu próprio punho. Teófilo redigiu o execrando documento e entregou-o ao demônio. No dia seguinte, o Bispo, dando-se conta da injustiça que lhe fizera, pediu perdão a Teófilo e o restituiu no cargo. 

O tempo passou e Teófilo, dilacerado de remorso pelo pecado cometido, não fazia mais que chorar. Um dia, indo a uma igreja, jogou-se aos pés da imagem de Nossa Senhora e disse: 

— Mãe de Deus, eu não posso desesperar-me, porque sois tão misericordiosa que, tenho certeza, ides ajudar-me. 

Assim passou 40 dias a rezar e a implorar o auxílio da Santíssima Virgem. Eis que uma noite Nossa Senhora lhe aparece e lhe diz: 

— Teófilo, o que fizeste? Renunciaste à minha amizade e à de meu Filho. E por quem? Pelo meu inimigo, e teu também. 

— Senhora, é próprio de Vós e de vosso Divino Filho perdoar-me. 

Vendo então Maria tanta confiança, lhe disse:

— Tem coragem! Porque vou rezar a Deus por ti. 

Reanimado por essa promessa, Teófilo redobrou a penitência, a oração e as lágrimas, permanecendo sempre diante daquela imagem. Um dia, Maria apareceu-lhe novamente com ares de vitória e disse-lhe: 

— Alegra-te, apresentei tuas lágrimas e tua oração a Deus, que as aceitou e te perdoou. Mas de hoje em diante sê mais grato e fiel. 

— Senhora, replicou Teófilo, isso não me basta para estar plenamente consolado. O demônio tem ainda com ele aquele documento horrível pelo qual renunciei a Vós e ao vosso Divino Filho. Vós podeis fazer que ele me restitua. 

Três dias depois, Teófilo, ao acordar, encontra sobre o peito o miserável escrito. 

Sem perda de tempo, procura o bispo e, diante de uma grande quantidade de pessoas, ajoelha-se diante dele, narra todo o acontecido e lhe entrega o nefando documento. O bispo faz queimar imediatamente aquele imundo papel e, com todos os presentes, chora de alegria, dando muitas graças a Deus pela libertação do infeliz. 

Frase do dia:

"Maria é a invencível guerreira diante da qual fugiu todo o exército dos espíritos das trevas." 
(São Bernardo de Claraval)

quinta-feira, 19 de maio de 2016

16º dia | Convertido com um sorriso da Imaculada

Quatro anos após a definição do dogma da Imaculada Conceição (1854), Nossa Senhora Se dignou baixar à terra para confirmar de um modo estupendo a declaração do Bem-aventurado Papa Pio IX. 

Foi em Lourdes, na França, que Nossa Senhora apareceu repetidas vezes à inocente Bernadete. Na última aparição, disse: “Eu sou a Imaculada Conceição”. 

Quem conta o seguinte episódio é o Conde de Broussard que, embora não fosse conhecido como muito religioso ou bom católico, escreve: 

“Quando já se falava muito das aparições de Lourdes, achava-me em Cauterets, povoação próxima de lá, mais para distrair-me do que para curar-me. Achei graça ao ouvir dizer que a Virgem sorrira para Bernadete Soubirous e resolvi ir a Lourdes para constatar pessoalmente os fatos. Fui à casa dos Soubirous e encontrei Bernadete sentada à porta cerzindo umas meias. Pareceu-me o seu rosto bastante simples; apresentava sinais de enfermidade crônica, a par de muita doçura . Por causa de meu insistente pedido, contou-me as aparições com toda a simplicidade e convicção. 

— Mas é verdade que a Virgem sorriu? 

 — Sim, sorriu.

 — E como sorria? 

A menina olhou-me com ar de espanto, e disse: 

— Mas, senhor, seria preciso ser do Céu para repetir aquele sorriso. 

 — Não o poderia repetir para mim? Sou incrédulo e não creio nas aparições. 

O rosto de Bernadete tornou-se triste e severo. 

— Então o senhor acha que eu menti? 

Senti-me vencido. Não, aquela menina tão cândida não podia mentir. Ia pedir-lhe desculpas, quando ela acrescentou: 

— Bem, se o senhor é um pecador, tentarei imitar o sorriso de Nossa Senhora. A menina ergueu-se lentamente, juntou as mãos e um reflexo celeste iluminou o seu rosto. Um sorriso divino, que jamais vi em lábios mortais, encantou os meus olhos... Sorria ainda, quando caí de joelhos, vencido pelo sorriso da Imaculada nos lábios da ditosa vidente. 

Desde aquele sorriso divino, passaram-se muitos anos, mas a sua recordação enxugou-me muitas lágrimas quando perdi minha esposa e minhas duas filhas... Sinto, porém, que não estou sozinho no mundo, pois me acompanha sempre o sorriso da Santíssima Virgem, que me anima a vida”. 

Frase do dia:

"Maria era tão pura e tão casta, que sua presença inspirava aos outros a pureza."
(São Boaventura)

15º dia | São Pedro Armengol: modelo de confiança

Pedro Armengol nasceu na Catalunha em meados do séc. XIII. Recebeu esmerada educação de seus pais, os condes de Urgel, mas, ao invés de permanecer nos bons costumes, foi decaindo e passou a conviver com más companhias. Abandonou a casa paterna, tornou-se ladrão perigoso, assassino e chefe de salteadores de estrada. 

Aconteceu porém que, estando ele um dia a vagar pelo mato, ouviu ao longe um toque de clarim, típico de gente da Corte. Imaginando que aqueles nobres traziam riquezas, Pedro ataca com sua quadrilha. Mal os dois grupos se encontram, ele vai atrás do chefe do destacamento e está prestes a desferir um golpe quando... percebe tratar-se de seu próprio pai! 

Como que atingido por fulminante raio, o bandido permanece imóvel, detendo no ar seu braço armado. Ele, e não o pai, recebe o golpe fatal: um golpe da graça divina. Por certo, naquele instante, alguém, em algum lugar, devia estar rezando por ele a Nossa Senhora... Como o filho pródigo do Evangelho, lançou-se aos pés do pai e pediu perdão. Confuso e envergonhado, Pedro teve verdadeira contrição de seus pecados. 

Convertido, ingressou na Ordem de Nossa Senhora das Mercês (os mercedários), cuja missão era trabalhar pela libertação dos escravos cristãos, tiranizados pelos piratas pagãos. Os heróicos frades mercedários não só se arriscavam a viver em territórios pagãos, como também faziam um voto admirável: por amor às almas, oferecer-se como reféns, para serem trocados por cativos católicos que estivessem no meio dos infiéis, expostos à depravação e ao risco de perderem a fé. 

Atendendo à voz da obediência, Frei Pedro passou anos no norte da África, numa arriscada existência. Certa vez, soube que 18 cristãos haviam sido escravizados, e procurou os infiéis, negociando a libertação deles. Mas os pagãos exigiram soma muito alta, que só poderia vir da Espanha. Sem hesitação, Frei Pedro ofereceu-se como refém. Aceitaram, mas estipulando um prazo: se o dinheiro não chegasse, ele seria enforcado. 

Assim foi feito. Passou o tempo e, esgotando-se o prazo estipulado, cumpriram a ameaça: enforcaram Frei Armengol. Quando pensaram que ele já havia morrido, abandonaram-no, deixando-o pendente da corda, para que seu corpo apodrecesse ali. 

Pouco tempo depois chega o navio com o dinheiro do resgate. Indignados com a crueldade dos infiéis, os frades quiseram ver o corpo de seu irmão de hábito. Ao chegarem junto do patíbulo, grande surpresa: Frei Pedro, ainda pendurado na forca, estava vivo, embora pálido como um cadáver! Era um milagre extraordinário. Afinal, o que havia acontecido ? São Pedro Armengol respondeu ao Superior: 

 — Nossa Senhora ficou me sustentando o tempo inteiro... 

Como sinal deste prodígio, por toda a vida ele conservou no rosto a palidez cadavérica e, no pescoço, bem visível, a marca da corda... 

Frase do dia:

"É por Maria que a vida eterna é dada a tantos infelizes que haviam merecido o inferno." 
(São Bernardo de Claraval)

14º dia | Abandonado à noite em alto-mar, sem qualquer apoio

Era o tempo dos últimos navios à vela. À uma da tarde, hora da tripulação recolher beliches, um marinheiro cai ao mar. Lançam-lhe os dois únicos salva-vidas que havia a bordo, pois os restantes tinham ficado perdidos pelas alturas do Cabo Horn, na ponta meridional da América do Sul. Agarrado a um deles, o homem pôde se salvar. Mas que foi feito do outro salva-vidas? Ao raiar o dia, estupefação! Lá está o salva-vidas e alguém em cima dele: é o aspirante Jacques de Langelle, quase desmaiado, que só por milagre se agüenta ainda. Uma vez socorrido, ele mesmo contou como tudo se tinha passado. 

Ao ouvir o grito “um homem ao mar!”, do lado onde se encontrava, pulou na água com a intenção de salvar o náufrago, receando que ele não soubesse nadar. Ninguém havia notado seu gesto, pois todas as atenções estavam concentradas no outro bordo. Langelle agarrou-se à segunda bóia, pensando que a embarcação, depois de recolher o outro marujo, seguiria à procura dessa bóia. Por isso, qual não foi seu espanto ao ver a fragata desfraldar as velas e retomar sua rota. Gritou freneticamente, em vão. A noite caía rapidamente, quase sem crepúsculo. O pobre marujo sentiu-se só, perdido para sempre. A reflexão de que não tinha nenhum serviço previsto naquela noite, acabou por lhe tirar o resto da esperança: ninguém notaria sua ausência, pensariam que estivesse dormindo, deitado muito comodamente na sua beliche... Passaram então por sua mente as vertigens da loucura, e ele sentiu a tentação de se deixar afogar. Aquela água profunda, azul e calma, atraía-o; as estrelas pareciam dançar a seus pés... Já as mãos largavam o frágil apoio, quando o jovem, que era de boa formação religiosa, lembrou-se de Maria. Ergueu os olhos para outra estrela, cujo suave brilho o reconfortou; começou a rezar, a invocar a sua Mãe do Céu, que estava lá em cima entre as estrelas — Stella Maris — e encontrou energia bastante para lutar, apesar de tudo, até pela manhã, com todas as forças da sua fé e da sua confiança na Santíssima Virgem. 

À hora em que rompia o dia, em que as estrelas começam a se apagar no céu, a fragata estava ali diante dele e já o recolhiam a bordo. A Estrela da Manhã tinha valido a seu devoto. 

Frase do dia:

"Deus não salva ninguém sem a intercessão de Maria; poderia, mas não o quer." 
(São Jerônimo)

quarta-feira, 18 de maio de 2016

13º dia | Salvos por Nossa Senhora Aparecida

Uma senhora vinda de Minas Gerais chegava a Cruzeiro, São Paulo, quando foi vítima de um desastre num trem. Tendo um filho de alguns meses num braço e uma filhinha de três anos no outro, caiu entre dois vagões. As pessoas que estavam na plataforma, romeiros que iam a Aparecida, gritaram ao mesmo tempo por Nossa Senhora. O trem passou. A senhora e as crianças, que todos supunham esmagadas, não tiveram nem um arranhão! Somente o vestido ficou em trapos, um pouco queimado e cheio de graxa. 

Uma ocorrência semelhante muitos presenciaram em Aparecida do Norte, ao lado da igreja: uma menina caiu debaixo do bonde que passava. A mãe apelou para Nossa Senhora e a criança nada sofreu milagrosamente. 

E a criança salva no rio Paraíba? A mãe havia deixado a filha na margem do rio. Quando voltou, espantada viu que a menina estava quase no meio do rio, a uns 50 metros da margem, brincando à flor da água! Isto causou grande reboliço. Não era para menos. Quão grande é o poder de Nossa Senhora Aparecida! 

Frase do dia:

"Aquele por quem Maria houver rogado, mesmo uma só vez, não será eternamente infeliz. " 
(São Pedro Damião)

12º dia | Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria!

Glorioso cantor dos louvores da Santíssima Virgem, São Bernardo nunca pensava na clemência de Nossa Senhora sem ter um sentimento que, muitas vezes, chegava até o êxtase. 

Foi assim que, na noite de Natal de 1146, encontrando-se ele na Catedral de Spira (Alemanha), onde pregaria durante a Missa do galo, ouviu a multidão ali presente cantar, com profunda piedade, a Salve Rainha. Ao fim das palavras “mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre”, fez-se o silêncio, pois assim terminava naquela época esta incomparável prece. 

Emocionado, ajoelhou-se São Bernardo diante do altar-mor, recolhendo-se por alguns momentos antes do sermão que pronunciaria. Nunca o havia comovido tanto a Salve Rainha quanto naquela noite! “Eia, pois, advogada nossa” ... este brado de confiança era tão penetrante, íntimo e irresistível que pedia uma resposta de clemência, suavidade e doçura. E Nossa Senhora pôs a resposta nos lábios de Bernardo de Claraval, seu discípulo predileto. 

Voltado para os fiéis, de pé e com os braços abertos, São Bernardo elevou sua potente voz que dominou toda a assistência. Num terno e inexcedível verso em latim, anunciou ele ao povo de Deus ali presente seu louvor à Mãe Virginal: “Ó clemens, ó pia, ó dulcis Virgo Maria”, ou seja, ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria! 

Tão profunda foi a impressão que este arroubo de piedade produziu, que a frase ecoou por toda a Cristandade. E a partir de então a Igreja adotou essas belas palavras que encerram, até hoje, a Salve Rainha: ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria! 

Estava reservado a esse grande Santo, entusiasta da clemência de Maria, nos ensinar aquilo que ainda podemos dizer à Santíssima Virgem quando nada mais temos a Lhe suplicar.

PS: No piso da Catedral de Spira, Alemanha, vêem-se lápides cujas inscrições perpetuam a exclamação do Santo Abade de Claraval. 

Frase do dia:

"O nome de Maria é júbilo para o coração, mel na boca e doce melodia para o ouvido." 
(Santo Antônio de Lisboa)

11º dia | O rancho do regimento

Um dia chegou perto de São José Bento Cottolengo uma das suas vicentinas dizendo: 

 — Padre, é hora de preparar o almoço, mas não há nada na casa. 

 — Não tenha pressa, irmã cozinheira, Nossa Senhora há de prover. 

Tratava-se de atender os numerosos internos que dependiam da casa. O padre pôs-se logo a rezar. Algum tempo depois voltou a irmã, dizendo:

— Mas, padre, já é quase a hora do almoço... Que havemos de dar aos nossos asilados? 

— Mande-os descer para o refeitório e a senhora há de ver que Nossa Senhora resolve o caso. 

E continuou a oração, enquanto os asilados se iam instalando nos respectivos lugares. Ouviu-se tocar a campainha da porta. Era um soldado que pedia para falar com o Padre Cottolengo: 

— Padre, o regimento foi hoje de manhã fazer exercícios e acaba de comunicar que só à tarde voltará. O rancho está todo feito... Se o senhor quiser, de boa vontade, oferecemos aos seus pobres. 

Com grande alegria o Padre Cottolengo aceitou o oferecimento e agradeceu efusivamente ao soldado que fora ministro da Divina Providência. Imediatamente, foi dar a notícia à irmã: 

— Eu bem lhe disse que Nossa Senhora havia de resolver o caso! 

Frase do dia:

"Pedir a graça sem a intervenção de Maria é tratar de voar sem asas." 
(Santo Antonino)

10º dia | O duro granito canta a misericórdia de Maria

Sob o pórtico da famosa Sainte-Chapelle (Capela Santa), em Paris, venera-se uma imagem de Nossa Senhora cujo rosto está inclinado para a terra. Conta uma piedosa tradição que uma menina quis pôr-Lhe na cabeça uma grinalda de flores. Para que a pequena pudesse alcançá-la, a imagem inclinou a cabeça, permanecendo nessa posição. 

É conhecido outro significativo exemplo de misericórdia da Virgem Maria. Um escultor trabalhando nos andaimes de uma catedral virou-se muito para trás, perdeu o equilíbrio e caiu. Felizmente, uma escultura de Nossa Senhora em pedra, que se encontrava na sua passagem, animou-se milagrosamente, estendeu os braços e segurou o descuidado artífice. A clemência de Maria Imaculada supera a rigidez do granito... 

Frase do dia:

"Tudo quanto a inteira corte celeste peça a Deus, sem ser por meio de Nossa Senhora, não obtém; quando um pecador na terra pede por meio d´Ela, por mais atolado que esteja no pecado, obtém."
 (Plinio Corrêa de Oliveira)

9º dia | Seqüestrou o Menino Jesus

Certa viúva tinha um filho único ao qual ela amava ternamente. Sabendo que este fora capturado por inimigos, acorrentado e posto na prisão, derramou-se em lágrimas e, dirigindo-se a Nossa Senhora — a quem ela tinha especial devoção —, suplicou-Lhe com insistência a libertação de seu filho. 

Percebendo que suas orações não surtiam efeito, a pobre viúva entrou numa igreja onde, aos pés da imagem da Virgem Maria, disse:

— Virgem Santa, eu Vos supliquei a libertação de meu filho, e Vós não quisestes vir em auxílio de uma infeliz mãe; implorei proteção para meu filho e Vós recusastes! Pois bem, assim como o filho me foi arrebatado, assim Vos tomarei o Vosso e o guardarei como refém! 

Dizendo isso, ela se aproximou e tomou a imagem do Menino dos braços da Virgem, levou-a consigo para casa, envolveu-a num pano branquíssimo e a encerrou num arca, feliz por ter obtido tão boa garantia do retorno de seu filho querido... 

Na noite seguinte, a Virgem apareceu ao jovem, abriu-lhe a porta da prisão e disse-lhe: 

— Dize à tua mãe que Me devolva meu Filho, agora que Eu lhe restituí o dela! Voltando para casa, o jovem contou a sua mãe sua milagrosa libertação. E aquela viúva, cheia de alegria, apressou-se em devolver à Virgem o Menino Jesus, dizendo-lhe:

— Agradeço-Vos, celeste Senhora, por me terdes restituído meu filho, e em troca aqui Vos trago o vosso! 

Frase do dia:

"Maria foi repleta de tanta caridade que teria sido impossível a uma criatura receber mais sobre a terra." 
(Santo Alberto Magno)

sexta-feira, 13 de maio de 2016

8º dia | Uma jovem devota do Rosário

O Pe. Eusébio Nieremberg conta-nos que na cidade de Aragone vivia uma moça chamada Alessandra, nobre e belíssima, que era amada por dois rapazes. Um dia, tomados de ciúmes, os dois jovens duelaram, morrendo ambos. Os pais desses infelizes, julgando que a moça era a culpada pela desgraça, mataram-na também, cortando-lhe a cabeça e jogando-a num poço. Alguns dias depois, passou por ali São Domingos, o qual, inspirado pelo Senhor, inclinou-se sobre o poço e disse: 

— Alessandra, sai daí! 

E eis que a cabeça da moça sai, e coloca-se à borda do poço, pedindo a São Domingos que a confessasse. O Santo ouviu-lhe a Confissão e lhe deu a Comunhão na presença de uma grande multidão naturalmente estupefata. Depois, São Domingos ordenou a Alessandra que contasse a todos porque tinha recebido tamanha graça. A jovem respondeu que, quando foi-lhe cortada a cabeça, estava em pecado mortal, mas que a Santíssima Virgem, para recompensá-la por sua devoção ao Rosário, tinha-lhe conservado com vida. 

Por dois dias a cabeça permaneceu ainda à beira do poço, sob os olhares de todos, depois do que sua alma foi para o Purgatório. Passados quinze dias, apareceu a São Domingos a alma de Alessandra, bela e resplandecente como uma estrela, e lhe disse que um dos principais meios de ajudar as almas do Purgatório é rezar o Rosário por elas. Quando essas almas vão depois para o Paraíso, rezam lá por aqueles que lhes oferecem essa poderosa oração. Maravilhado, São Domingos viu a alma de Alessandra subindo para o reino dos bem-aventurados. 

Frase do dia: 

"Os homens caem e perdem-se por deixar de chamá-La em seu socorro." 
(Santo Afonso Maria de Ligorio)