Glorioso cantor dos louvores da Santíssima Virgem, São Bernardo nunca pensava na clemência de Nossa Senhora sem ter um sentimento que, muitas vezes, chegava até o êxtase.
Foi assim que, na noite de Natal de 1146, encontrando-se ele na Catedral de Spira (Alemanha), onde pregaria durante a Missa do galo, ouviu a multidão ali presente cantar, com profunda piedade, a Salve Rainha. Ao fim das palavras “mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre”, fez-se o silêncio, pois assim terminava naquela época esta incomparável prece.
Emocionado, ajoelhou-se São Bernardo diante do altar-mor, recolhendo-se por alguns momentos antes do sermão que pronunciaria. Nunca o havia comovido tanto a Salve Rainha quanto naquela noite! “Eia, pois, advogada nossa” ... este brado de confiança era tão penetrante, íntimo e irresistível que pedia uma resposta de clemência, suavidade e doçura. E Nossa Senhora pôs a resposta nos lábios de Bernardo de Claraval, seu discípulo predileto.
Voltado para os fiéis, de pé e com os braços abertos, São Bernardo elevou sua potente voz que dominou toda a assistência. Num terno e inexcedível verso em latim, anunciou ele ao povo de Deus ali presente seu louvor à Mãe Virginal: “Ó clemens, ó pia, ó dulcis Virgo Maria”, ou seja, ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria!
Tão profunda foi a impressão que este arroubo de piedade produziu, que a frase ecoou por toda a Cristandade. E a partir de então a Igreja adotou essas belas palavras que encerram, até hoje, a Salve Rainha: ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria!
Estava reservado a esse grande Santo, entusiasta da clemência de Maria, nos ensinar aquilo que ainda podemos dizer à Santíssima Virgem quando nada mais temos a Lhe suplicar.
PS: No piso da Catedral de Spira, Alemanha, vêem-se lápides cujas inscrições perpetuam a exclamação do Santo Abade de Claraval.
Frase do dia:
"O nome de Maria é júbilo para o coração, mel na boca e doce melodia para o ouvido."
(Santo Antônio de Lisboa)
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