Luís Justino tinha dezoito meses. A mãe de Bernadete (a vidente de Lourdes) foi muitas vezes chamada para auxiliar a mãe dessa criança durante os terríveis ataques de que era vítima o filho. O pobrezinho tinha uma doença que lhe paralisara inteiramente as pernas. O Dr. Dozous em suas notas sobre o caso registrou: o diagnóstico vacila entre meningite e poliomielite.
O coitadinho não podia andar, ficar de pé ou sentar-se. Tinha convulsões violentas e febre alta, com seríssimos ataques progressivos. O médico dizia ser questão de horas sua morte.
A criança, no seu berço, gemia e respirava ofegante. A mãe tentava auxiliá-lo, porém era sempre afastada pelo pai, que dizia:
— Deixe-o, não vê que ele está agonizando?
A certo ponto, o homem estava tão sem esperança que foi procurar uma vizinha para providenciar o enterro. Esta não demorou a chegar com a mortalha. Mas a mãe, confiante, não desistia.
Em dado momento arrebatou a criança do berço, enrolou-a em seu avental e correu em direção à gruta onde Nossa Senhora aparecera a Bernadete.
Encontrou a piscina que os operários tinham cavado alguns dias antes e, naquela água gelada, mergulhou o filho até o pescoço por quinze minutos. Os vizinhos presenciaram a cena boquiabertos. O Dr. Dozous, que estava com seu relógio, contou também os minutos que o menino ficou na água, sendo retirado, por fim, rijo e azulado.
Sua mãe levou-o para casa e o colocou novamente no berço. Ao vê-lo enregelado, o pai disse asperamente:
— Como é, você está feliz agora? Acabou de matá-lo!
A mãe, ainda mais confiante, ajoelhou-se e rezou ao lado do berço. Após alguns instantes puxou a manga do paletó do marido:
— Veja, ele respira!
A criança estava respirando, pausada e normalmente. Adormeceu e teve uma ótima noite. Na manhã seguinte sua mãe narrou que ele comeu bem e ela colocou-o de novo no leito enquanto arrumava a casa. Mais tarde ouviu um barulhinho atrás de si: era Luís Justino. Tinha saltado do berço e estava andando, com o passo curto e incerto, como é normal em qualquer criança de sua idade.
Frase do dia:
"Assim como a respiração contínua é um sinal e uma causa de vida, assim a invocação frequente de Maria é uma prova de vida verdadeira."
(São Germano de Constantinopla)
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