Aconteceu na Idade Média, tempo dos cavaleiros. Um desses, muito devoto da Rainha dos Céus, desejava ardentemente contemplá-La. Certo dia um Anjo apareceu-lhe dizendo:
— A Virgem Santíssima acolheu tuas preces. Amanhã virá visitar-te e assim poderás vê-La, mas com a condição de depois ficares cego.
O cavaleiro respondeu com firmeza:
— Com muito gosto perderia a visão, contanto que pudesse contemplá-La pelo menos uma vez.
Depois disso, ele começou a pensar consigo mesmo que, se ficasse cego, não poderia mais ganhar a vida e se tornaria um infeliz mendigo. Por isso, resolveu olhar para Nossa Senhora apenas com um olho... No dia seguinte, apareceu-lhe a gloriosa Mãe de Deus e ele, tapando o olho esquerdo com a mão, pôde contemplar uma beleza e um esplendor como jamais havia imaginado. Entusiasmado, tirou a mão para admirar com os dois olhos, mas neste instante a visão desapareceu.
Ficou cego só do olho direito e, com amargura, considerou-se um covarde. Durante muito tempo, rezou para conseguir a graça de contemplar novamente a Virgem Maria, até que um dia apareceu-lhe novamente o Anjo:
— A Rainha do Céu te anuncia que virá novamente, dado que desejas tão ardentemente revê-La. Mas perderás teu olho esquerdo.
— Isto mesmo, meu Anjo — respondeu o cavaleiro. — Mil olhos que tivesse, feliz seria em perdê-los todos para vê-La mais uma vez!
No dia seguinte apareceu a Virgem Santíssima e, ao invés de tomar-lhe o olho bom, curou-lhe o que tinha ficado cego!
Frase do dia:
"Tira o sol, e que resta senão trevas? Tira Maria, e que existe senão escuridão e cegueira de espírito?"
(São Bernardo de Claraval)
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